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Prefeitura vai desativar os três ecopontos de Sorocaba
O motivo é o fim do contrato com a empresa que fazia a manutenção nos locais, que vêm acumulando resíduos Ecoponto na Vila Helena vira lixão diante do acúmulo dos resíduos jogados.
Os três ecopontos de Sorocaba serão desativados temporariamente, informou nesta quarta-feira (22) a Prefeitura. Dos 21 ecopontos que já existiram na cidade, apenas três operam atualmente, exatamente os que estarão desativados, sem que haja data para a volta à função. O fim do contrato com a empresa que fazia a manutenção nos locais é o motivo da desativação e tem provocado acúmulo de resíduos e tensão entre os catadores, que temem pelo fim das atividades, além de moradores próximos pela sujeira nas ruas e bairros. Conforme a Secretaria de Conservação, Serviços e Obras (Serpo), será feita a limpeza e urbanização dos ecopontos instalados em três bairros. Hoje, a medida afetaria os seguintes pontos: na rua Aparecida Levy, no Parque Vitória Régia; na rua Roque Sampaio, na Vila Helena; e na rua Benedito Leme de Brito, no Jardim Sorocaba Park. Todos estão na zona norte da cidade. Sem mencionar quando deixará de ser permitida a colocação de resíduos nos locais e quanto tempo demorará o trabalho de adequação nos ecopontos, a Serpo diz que a “medida tem como objetivo estudar a melhor viabilidade de utilização desses espaços”. A pasta pede para que a população não faça descarte nesses locais. Ainda conforme Secretaria, durante esse período, quem precisar deve utilizar o aterro de inertes, localizado na zona industrial. “Lembrando que o munícipe pode descartar nesse local até um metro cúbico de resíduo. Caso o volume seja maior deverá se utilizar de serviços particulares”, lembra.
Receio
Quem depende da atividade para o sustento teme pela situação, caso de um grupo que atua no ecoponto do bairro Sorocaba Park. “Estamos muito preocupados. Se tirarem, vamos fazer o quê?”, questiona Ivani da Conceição Silva, que tem nove filhos e trabalha com recicláveis há cerca de 10 anos. “Estou aqui há quatro anos. Dependo desse trabalho”, diz Gildo da Conceição, outro catador.
A mesma preocupação ocorre no ecoponto da Vila Helena. Nele, Jonas Afonso de Sousa conta que mais de 10 pessoas têm o local como única fonte de renda. “Nós precisamos e o bairro precisa também”, afirma. Juntos eles organizam a área, que conta até com vasos de folhagens e vários pés de plantas medicinais, como boldo.
No bairro Vitória Régia, o receio fica por conta de José Rosário Anely, que também ajuda a manter o local organizado, mesmo com a ausência da remoção de materiais após o fim do contrato. Sozinho, ele organiza o local, mas o acúmulo de resíduo fora das caçambas se tornou inevitável.
Há mais de duas semanas que o excesso de resíduos não é retirado dos locais pela Prefeitura.
Contrato vencido
O contrato encerrado no mês passado teve custo mensal de R$ 140 mil. O custo total era de R$ 1,7 milhão, que deveria ser gasto durante o período de um ano. Quando o contrato foi assinado, em julho do ano passado, a Prefeitura de Sorocaba justificou que a cidade é grande geradora de resíduos da construção civil, por isso, deveria adotar medidas para melhorar o atendimento da demanda dos ecopontos e agilizar a limpeza nessas áreas públicas.
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